Feminista a escrava: minha transformação
CAPÍTULO 1
Tem coisas que acontecem na nossa vida que fazem mudar todas as nossas crenças e tudo que sabemos sobre nós mesmos. Eu me chamo Lara, e na época que essa história, eu tinha 20 anos, e havia acabado de entrar na faculdade de história.
Tenho até vergonha de admitir hoje como eu era. Eu acreditava que sabia de tudo e tinha completa certeza que estava destinada a mudar o mundo. Onde havia uma causa, eu estava lá. Lutei contra o capitalismo, a exploração de classes, a mudança climática, mas acima de tudo, o que mais movia era a luta contra o patriarcado. Eu acreditava piamente que tudo que estava errado no mundo era graças a existência de homens.
Hoje, mais velha, e espero mais sábia, consigo entender o que me atraiu para essa luta. Modéstia a parte, eu sempre fui absurdamente bonita e estava exausta de ser notada somente pelo meu físico. Sofri demais na adolescência por meu peito ter crescido antes e ficado muito maior do que os das minhas amigas. Também herdei a marca registrada da minha mãe, a cintura finíssima com o bumbum grande. E para completar, eu nasci com o cabelo e pele bem claro, e diversas vezes já ouvi as pessoas falarem que eu tenho "carinha de burra", o que quer que isso significava. Meu físico me impedia de ser levada a sério, como se o mundo inteiro quisesse que eu fosse uma patricinha sem miolo só por nascer bonita.
Por isso, eu me esforçava ao máximo para que as pessoas me percebessem de uma forma diferente. Nessa época da faculdade, eu já tinha algumas tatuagens, a lateral da minha cabeça era raspada, e eu tinha um monte de piercings na orelha e um no nariz. Só que, tentar me distanciar da imagem de patricinha burra, teve um sério custo na minha vida, os rapazes simplesmente não chegavam em mim. Não sei se meu estilo dava medo neles ou eles achavam que eu jogava no mesmo time que eles, o fato era que com 20 anos todas as minhas experiências sexuais tinham sido “brincadeiras” que eu fazia com as minhas amigas.
Para mim, não ter um namorado era irrelevante, o que realmente importava era a minha luta contra o machismo. E naquele final de semana, eu teria uma dura batalha: uma visita a minha família. Meus pais eram do interior, então eles possuíam uma mentalidade bem retrógrada, e não aceitavam minhas escolhas de carreira e visual. Eles tinham certeza que eu estava me desviando do caminho certo, e eu tinha certeza que eles estavam errados, assim o diálogo entre nós era impossível. Quase todas as minhas visitas à casa deles terminavam em gritos, acusações e choros.
Antes deu pegar o ônibus para a cidade dos meus pais, recebi uma ligação da minha mãe. Desesperada, ela implorava para que eu não causasse confusão, porque alguns amigos do meu pai ficariam em casa, o final de semana inteiro, fazendo churrasco e curtindo a nossa piscina. Ela temia que eu, a ovelha negra, pudesse manchar a imagem de família tradicional que eles tanto cultivavam.
Minha relação com minha mãe não era das melhores, porque claramente eu não era a filha que ela sonhava. Se fosse, eu ficaria junto dela na cozinha, servindo cerveja e quitutes para os amigos do meu pai, enquanto eles discutiam como o Bolsa Família foi a pior coisa que aconteceu na história desse país. Era incompreensível para mim como minha mãe não percebia quanto ela era explorada pelo patriarcado.
E se minha relação com minha mãe não era das melhores, meu pai estava a um passo de renegar a minha existência. A gente não concordava com nada, e hoje eu percebo, que eu estava tão frustrada com as atitudes dele, que fazia tudo para irritá-lo.
Ainda assim, eu garanti para minha mãe que se dependesse de mim não haveria conflito naquele final de semana. Eu não tinha nenhum desejo de coexistir no mesmo ambiente que meu pai e os amigos dele, então não discutir com eles seria mamão com açúcar.
Cheguei na quinta-feira, só joguei minha mala no meu antigo quarto, e fui direto para o bar com minhas amigas. Cheguei em casa altas horas da madrugada, tudo perfeito e acontecendo conforme o planejado até então. No entanto, logo cedo, fui despertada pelas vozes vindas da churrasqueira, e só de ouvir aquele grupo de velhos babões, meu sangue fervia.
Eles compartilhavam fotos das estagiárias dos seus respectivos trabalhos, tecendo comentários do que fariam com elas, caso não fossem casados. Ou seja, eu fui acordada por um monte de marmanjo na casa dos cinquenta anos fantasiando coletivamente em abusar de meninas da minha idade.
Minha vontade era pegar uma espada e ir decapitando um por um na churrasqueira, a lá “Kill Bill”. Mas, eu decidi cumprir a promessa que fiz a minha mãe de evitar conflitos, e decidi que não falaria nada, até porque, aqueles velhos estavam tão dentro do Matrix, que eu nunca conseguiria que eles admitissem a hipocrisia do estilo de vida deles. Eu ia ficar calada, ainda assim, eu tinha um plano. Ele só era mais visual e performático do que um discurso.
Meu tio havia me dado de presente um biquíni fio dental vermelho minúsculo. Prefiro nem pensar no que passou na cabeça desse tio para me dar uma peça tão indecente de aniversário. Agora parecia a hora perfeita para estreá-lo. Aqueles velhos não eram capazes de respeitar as mulheres, já que não as viam como seres humanos. Achava difícil, mas queria que eles entendessem que todas aquelas meninas com quem eles fantasiavam eram filhas de alguém.
Foi impagável a cara do meu pai quando cheguei na piscina. Não é tão divertido quando é sua filhinha, né papai? Com toda paz do mundo, eu deitei de barriga para baixo na espreguiçadeira, deixando que eles olhassem o meu bumbum que era coberto por uma quantidade microscópica de tecido.
Não deu nem um minuto e meu pai saiu correndo para dentro de casa, buscando auxílio da minha mãe para me controlar. Eu aproveitei para continuar colocando meu plano em prática, perguntando se alguém poderia passar protetor nas minhas costas.
Um dos melhores amigos do meu pai, Jorge, logo se ofereceu. Eu o conhecia desde criancinha, e cada ano que passava gostava menos dele. Meu pai conheceu ele na faculdade, e nossas famílias sempre foram muito unidas, quando eu era menor eu brincava direto com os filhos dele, e a esposa sempre visitava nossa casa.
Jorge era um dos amigos mais machistas do meu pai, razão pela qual eu não gostava dele. Eu já o ouvi se vangloriar para meu pai de ter ficado com sua secretária, embora eu duvidasse dessa história, já que Jorge era um velho careca e barrigudo. Só mesmo se a mulher estivesse muito desesperada para ficar com ele.
Deitada na espreguiçadeira, eu deixava que Jorge passasse sua mão no meu corpo, com bastante asco da situação para ser honesta. Eu tentava me convencer que era para uma boa causa, aquilo estava mudando o mundo para melhor.
Minha mãe surgiu na piscina, pendido que eu desse uma ajuda para ela na cozinha. Eu sentia que já tinha punido meu pai o suficiente naquele dia, obrigando-o assistir o amigo dele passar a mão em sua filhinha. Mas, quando eu fui tentar levantar para ir até a cozinha, Jorge pressionou minhas costas de volta na espreguiçadeira e disse: “Calma, eu vou só terminar de passar protetor aqui e ela já vai.”
Velho filho de uma puta. Deveria ser a terceira camada que ele passava na minha virilha, meu corpo já nem absorvia mais o protetor. Meu pai parecia que iria explodir vendo seu amigo se aproveitar da situação, mas não disse nada para me proteger. Quando Jorge acabou, ele deu um leve tapinha no meu bumbum, como dizendo, agora você tem minha permissão para ir. Eu lancei para ele um olhar de puro ódio, mas não falei nada. Eu tinha me colocado naquela situação, e de certa forma tudo aquilo era minha culpa.
Fui para cozinha com a minha mãe, e ela nem conseguiu inventar uma desculpa decente para explicar o porquê precisava de mim. “Você não acha que esse biquíni está muito pequeno, filha? Acho que os homens podem pensar coisas erradas te vendo assim.”
“Ah, mãe, para com isso. São todos amigos do papai que me conhecem desde pequena. Todo mundo aqui é família, ninguém tem esse tipo de pensamento”, disse para minha mãe antes de voltar para minha espreguiçadeira, me sentindo vitoriosa por minar a autoridade dos meus pais.
O constrangimento do grupo do meu pai era evidente, apenas pela minha presença no mesmo ambiente que eles. Tão acostumados com suas práticas misóginas, eles agora tinham que lutar contra o desejo de encarar uma mulher para não ofender o meu pai. Todos estavam seguindo o protocolo de fingir que eu não existia, só olhando rapidamente para o meu corpo quando julgavam ser seguro. Exceto Jorge, que parecia um psicopata com os olhos fixos em mim. Mais de uma vez eu vi ele arrumando o calção, só faltava aquele velho gagá começar a se masturbar ali mesmo na frente de todos.
Queria provar para todos que eu tinha o direito de existir, não podendo ser acorrentada só por ser uma mulher bonita. Naquela piscina acontecia uma batalha da guerra diária de todas as mulheres do planeta contra o patriarcado. Eu precisava continuar ali, independente do que acontecesse, pela causa, porém eu fui ficando tão desconfortável com o jeito que o amigo do meu pai me olhava que não consegui. Sabia que sair da piscina seria admitir derrota, mas não aguentei, tive que recuar.
Perdia a batalha, mas a guerra continuaria. Existiriam outros momentos que nós dois voltaríamos a se enfrentar.
CAPÍTULO 2
Eu saí para beber com minhas amigas de novo na sexta, só que dessa vez, eu exagerei na dose. A combinação de Catuaba com Jurupinga me fez chegar de trêbada em casa, e devo ter acordado todo mundo com tanto barulho que fiz. Eu cheguei com tanto sono que só tirei a minha roupa e me arremessei na cama, sem nem colocar um pijama.
Não era nem nove da manhã e meu pai já estava no meu quarto me acordando. Ele estava indignado por eu voltar tão tarde para casa e ter feito tanto barulho, acordando não só ele, como também as visitas. Ele ia me dar uma bronca homérica, mas quando percebeu que eu estava dormindo pelada, meu pai perdeu as estribeiras. Por isso, mesmo com uma forte ressaca, tive que ouvir um discurso imenso sobre como minha rebeldia sem causa era uma abominação e o que mínimo que eu tinha que fazer depois de tudo que meus pais me deram seria respeitá-los.
Meu pai fazia aquele escarcéu só porque eu estava pelada no meu próprio quarto. O discurso fascista dele me fazia ranger os dentes e eu sentia minha garganta fechando de tanta raiva. Ouvi calada tudo que ele tinha para dizer, mas na minha cabeça eu queimava uns neurônios pensando em como eu iria me vingar dele.
Se ele ia me tratar como uma criança, criticando a hora que eu chegava em casa, eu decidi que iria começar agir com uma. Então, vesti um shortinhos lycra, que a muito tempo já era pequeno demais para mim, e a parte de cima do biquíni, e me juntei ao churrasco do meu pai. Seria infernal aguentar o papo daqueles velhos chatos, mas eu tinha contas a acertar.
Quando cheguei perto da churrasqueira, os amigos do meu pai começaram a agir como um clã de hienas. Eles estavam bem mais bêbados e sem pudor do que no dia anterior, não disfarçando mais o jeito que me olhavam. Sentindo-se empoderado após a bronca que me deu, meu pai disse na frente de todos: “Vai se trocar. Se não vai ficar aqui com essa roupa.”
“Como assim papai? O que tem de errado?” disse, me fingindo de tonta como se não entendesse o que o incomodava.
Antes que meu pai continuasse a agir como um homem das cavernas, um amigo dele, Walter, se interpôs entre nós dois. “Para com isso, Zé. A Lara está ótima assim, estamos todos entre amigos aqui”, ele disse, tentando evitar uma confusão.
Mesmo se eu escrevesse um livro de 1000 páginas sobre como as mulheres são oprimidas através das suas roupas, meu pai cagaria e insistiria para eu me trocar, já que a filhinha dele não pode se vestir como uma vagabunda. Agora, com apenas duas frases de um homem, ele desistia totalmente do seu argumento e voltava para seu posto na churrasqueira. Não dava para acreditar, ele era um pateta completo.
Os amigos do meu pais estavam jogando cartas, e para prosseguir com o meu roteiro, eu decidi participar. “Aí que legal vocês estão jogando Truco. Posso me juntar?”, disse com uma voz irritantemente agudá, me transformando na menininha burra que iria interpretar naquele churrasco.
Eu entrei no jogo como dupla do Walter, disposta a dar tudo de mim para ganhar. Não era exatamente um desafio, porque, embora ainda fosse apenas onze da manhã, eles já tinha bebido o suficiente para o dia inteiro. Escondendo parte do baralho no meu colo, eu sempre tinha a carta certa quando meus adversários trucavam.
E cada vitória, eu fazia uma celebração especial com o “tio” Walter. A gente se abraçava, eu cruzava minhas pernas em suas costas e pedia para ele me levar de cavalinho, exatamente como eu fazia quando era criança. Meu pai me encarava com os olhos esbugalhados, cometendo o pecado da ira, enquanto eu segurava minha vontade de gargalhar.
Após eu derrotar todo mundo ali, demos uma pausa no carteado, já que a carne começava a sair da churrasqueira. Eu não estava mais com as cartas no meu colo, mas ainda tinha uma na minha manga para irritar o meu pai. Como nosso quintal tinha poucas cadeiras, eu esperei todas elas estarem ocupadas para chegar para o Jorge e dizer: “Aí tio Jorge, não tem nenhuma cadeira sobrando… você se importa se eu sentar no seu colo?”
Ele respondeu que sim tão rapidamente que só faltou ele começar a babar para deixar mais claro seu desejo por mim. Meu estômago revirava de nojo por ter que sentar no colo dele, mas mantive um sorriso travesso no rosto, sabendo que isso estava irritando profundamente meu pai. Estava determinada a tornar aquele fim de semana o mais desconfortável possível, enquanto mantinha a fachada de inocência e diversão.
Enquanto eu me acomodava no colo do Jorge, senti claramente sua excitação crescer sob mim. Cada movimento meu parecia deixá-lo ainda mais animado, e eu precisava me concentrar para não demonstrar o quanto isso me incomodava. Nem imaginava que naquela idade ele ainda tinha essa capacidade de se excitar tão facilmente.
A partir desse ponto as coisas saíram do controle. Como eu já contei, eu era uma jovenzinha de 20 anos, e todas as minhas experiências tinham sido com outras meninas. Meu lado racional queria matar aquele cara, um pedófilo desgraçado de pau duro por alguém 40 anos mais nova que ele. Mas a sensação do toque do corpo dele no meu era diferente do que eu esperava. Pode ter sido a combinação da raiva, do prazer das minhas vitórias e da carência. Não sei ao certo o motivo, mas naquele momento minha calcinha ficou úmida.
Eu havia passado dos limites para irritar o meu pai. Eu tentava racionalizar o que estava sentido. Deveria ser apenas uma reação natural do meu corpo por estar muito tempo sem sexo, não tinha nada com o que me preocupar. Mas, mesmo que eu tentasse, era bem difícil manter as coisas no nível racional.
Uma incontrolável comichão tomou conta do meu corpo, e eu senti que precisava agir rápido para retomar o controle. Saí correndo da piscina e fui para o meu quarto tentar me livrar daquela sensação. Não bastava estar excitada por ser cutucada pelo pau de um velho machista, eu também me sentia culpada e envergonhada por trair a causa de todas as mulheres do mundo.
Como bons cristãos da família tradicional brasileira, meus pais escondiam a chave do meu quarto, acreditando que a privacidade da filha deles era um caminho sem volta em direção aos braços do Satanás. Mesmo sabendo dos riscos, peguei meu travesseiro e comecei uma sessão de amor-próprio com a almofada. O alívio foi imediato, pouco a pouco a sensação de formigamento sumia do meu corpo, enquanto eu me esfregava com o meu fiel companheiro.
Meu erro foi acreditar que estava segura apenas por estar na casa da minha família. Deixei-me levar pelo momento e, a cada esfregada, meus gemidos ficavam cada vez mais altos. Eu já devia estar quase gritando quando ouvi a porta se abrir.
Puta merda. Levantei com um pulo, pronta para levar mais uma bronca dos meus pais, torcendo para que eles não tivessem visto o que eu estava fazendo. Mas, para minha surpresa, não era nem minha mãe, nem meu pai que entrava no quarto, e sim Jorge. Confusa e em pânico, me segurei para não gritar, sem ter a menor ideia do que aquele velho fazia no meu quarto.
Ele rapidamente respondeu as minhas dúvidas. Jorge não era tão alto nem particularmente forte, mas parecia tão imponente marchando na minha direção que eu não conseguia pensar no que fazer, eu fiquei paralisada, como uma daquelas cabras que fingem de morta quando tocam a grama. E, enquanto eu ainda estava paralisada, ele se aproximou de mim, me fazendo instintivamente caminhar para trás, ficando encurralada entre a parede e aquele velho.
Bastava eu gritar e um monte de homens surgiram no meu quarto em questão de segundos para me proteger. Não era uma decisão complexa de tomar, mas ainda assim, eu lutava contra a paralisia do meu corpo. Quando finalmente consegui abrir a boca, Jorge me surpreendeu com um movimento brusco, inserindo seu indicador dentro dela.
“Mama, dá para perceber que a putinha tá revoltada pela falta de chupeta”, ele sussurrou no meu ouvido. Não sei o que era pior dessa frase, ser chamada de puta ou o fetiche dele de me infantilizar. As coisas estavam totalmente fora do meu controle, enquanto eu buscava uma brecha para fugir, Jorge movia seu dedo dentro da minha boca, me obrigando chupar como se fosse um pinto.
Minha expressão devia estar ridícula, pois ele gargalhava. Eu pensava que não podia ficar mais humilhante, até que ele começou a me acariciar com a mão que não estava na minha boca. O amigo do meu pai apertou meus seios, passou a mão na minha barriga, percorrendo um caminho que deixava claro qual era o seu objetivo final. "Agora é a hora, você precisa reagir", eu pensava. Mas, dentro de mim, uma voz desconhecida sussurrava: "e se você brincar, só um pouquinho?"
Enquanto eu refletia, a mão de Jorge dava tapinhas na minha calcinha. Eu fiquei desconcertada com a atitude, sem conseguir entender o que ele queria com aquilo, até ele dizer: “Nossa… o bebê tá molhadinho heim?”
Ter de escutar isso enquanto eu era bolinada e obrigada a chupar o dedo fedido de um velho era realmente o ápice da humilhação. Mas, contrariando tudo o que eu sabia sobre o mundo, o toque do amigo do meu pai diminuía a coceira no meu corpo. Eu sentia que estava prestes a gozar, sem que ele sequer precisasse me penetrar.
Para meu desespero, minha mãe gritava na cozinha pedindo que eu fosse lá ajudá-la. Eu encarei Jorge implorando, com os olhos, para que ele continuasse até eu terminar. Mas, rindo, ele parou tudo que estava fazendo e disse: “Vai lá, a gente brinca depois, vai ajudar sua mãe na cozinha.”
CAPÍTULO 3
Tinha um professor na faculdade que eu simplesmente odiava, chamado Lorenzo. Ele era arrogante e provavelmente o único professor de história conservador do Brasil. E como todo bom velho de direita, a parte mais importante de suas aulas era criticar Marx.
Para ele, a abordagem marxista da história era uma aberração. Ele argumentava que essa abordagem tentava reduzir a complexidade do mundo a um simples jogo de causa e efeito, como se cada evento tivesse um resultado único e inevitável.
Lorenzo acreditava que a história era permeada pelo caos, e tentar transformá-la em uma ciência exata era um erro. "A história não é matemática," ele dizia, "não é uma equação com uma única solução." Em suas aulas, ele constantemente desafiava as ideias que formavam a base do nosso currículo, criticando o que chamava de "determinismo marxista." Na cabeça dele, bastava uma pequena mudança em qualquer evento, e o mundo seria totalmente diferente do que conhecemos hoje.
Caos era exatamente como estava minha cabeça depois dos eventos daquela manhã. Eu havia sido atacada, apenas mais uma mulher para as estatísticas. Jorge em nenhum momento se preocupou com como eu estava me sentindo, nem pediu permissão para fazer o que queria comigo.
Mas, eu havia permitido que aquilo acontecesse? Essa parte não era clara para mim. Eu odiava aquele homem e tudo que ele representava, ainda assim, não o expulsei do meu quarto. Pelo jeito que agi, ele com certeza tentaria mais alguma coisa naquele final de semana.
Eu, jovem, bonita e inteligente, estava deixando que um velho, gordo e casado tivesse um enorme poder sobre mim. Nada fazia sentido. Tinha decidido que durante o resto daquele final de semana eu ficaria vigilante, e não deixaria outro erro como aquele do quarto acontecer. Bastava manter minha distância e estaria segura.
Eu havia combinado com minhas amigas mais um dia no bar. Achei que meu pai fosse reclamar já que eu havia chegado tão tarde na noite anterior, mas acredito que ele considerou minha saída de casa uma benção, já que ele pararia de passar vergonha diante dos amigos por minha causa.
O bar que frequentávamos era um boteco do lado de uma faculdade. Todos os dias fazia chuva ou fazia sol, ele estava sempre lotado de estudantes. A única semelhança entre aquele ambiente e o churrasco do meu pai era a enorme quantidade consumida de cerveja, pois de resto, tudo era diferente.
Enquanto os amigos do meu pai gostavam de falar de futebol e mulheres, as pessoas ao meu redor discutiam filosofia e política, o que me fazia esquecer a desgraça que havia acontecido mais cedo. Estar entre pessoas que pensavam como eu, me acalmava e me fazia acreditar que o mundo tinha salvação.
Eu estava conversando com minhas amigas sobre o papel dos Estados Unidos na implementação das ditaduras militares latino-americanas quando um rapaz se aproximou e se juntou à conversa. Seu nome era Roberto, mas ele insistiu para que o chamássemos de Bob. Ele era um pouco mais baixo do que eu, usava óculos e tinha um corpo magricela, o que lhe dava uma aparência de intelectual, lembrando-me um pouco o Harry Potter quando ainda era criança.
Estava bem entretida no papo, tanto é que nem percebi que pouco a pouco, minhas amigas abandonavam a conversa, até o momento que eu estava sozinha com o Bob, conversando sobre os crimes do CIA na Nicarágua.
Acho que é nesse momento que a teoria do caos do professor Lorenzo entra na minha história. Se fosse qualquer outro dia, eu conversaria com Bob até esgotar o tema, terminaria meu drinque e voltaria para minhas amigas. Mas tinha algo naquele dia que estava me incomodando muito, e eu precisava me sentir no controle da minha vida novamente. Diferente de Jorge, Bob parecia seguro, uma criatura inofensiva e indefesa. E eu queria tê-lo.
Chamei ele para continuar a conversa fora do bar. Acendi um cigarro, enquanto ele deu uma tragada no vape de um amigo dele que estava ali. Continuamos conversando sobre América Latina e tudo que ela poderia ter sido caso o comunismo tivesse triunfado, embora confesso que estava mais interessada em fazer Bob invadir a minha “Baía dos Porcos” do que no assunto em si.
Queria que ele notasse meu interesse, e acabei usando os mais baratos dos artifícios femininos, ultrapassados até mesmo para serem publicados na Revista “Capricho”. Toquei no braço dele, mexi no meu cabelo e ri de tudo o que ele falava. Eu me sentia ridícula por ter que recorrer a esses estereótipos bizarros para deixar claro meu interesse e ficava frustrada com o tempo que aquele palerma estava levando para entender o recado.
Eu estava quase desistindo quando ele disse: “Posso beijá-la?”
Juro para vocês, foi exatamente dessa forma que ele pediu permissão para se aproximar, usando uma ênclise, como se estivéssemos num romance do século XIX. Meu lado feminista achava ótimo que ele pedia permissão e entendia a importância do consentimento verbal. Porém, dentro de mim, havia um ser mais selvagem, que gostaria que Bob me agarrasse, me jogasse na parede e começasse a me possuir ali mesmo, sem a necessidade de tantas palavras.
Assenti com a cabeça e segurei a mão dele. Deixando seu corpo afastado, e apenas se aproximando com a cabeça, ele me deu um selinho. Considerando tudo que eu tinha passado com Jorge naquele dia, aquilo não era nem um aperitivo do que eu precisava. Então, eu tomei a iniciativa, colando meu corpo no dele, tentando tornar nosso contato mais quente e acolhedor, mas era como se houvesse uma barreira invisível entre nós.
Eu já me perguntava se Bob era incapaz ou se eu, na verdade, era lésbica, o que seria bem estranho considerando o quanto tinha me excitado com o amigo do meu pai. Em uma atitude desesperada, coloquei minha mão na calça dele e perguntei se ele queria continuar nossa brincadeira no banheiro.
“Acho melhor não, Lara. Você está muito bêbada para consentir.”
Finalmente, a teoria do professor Lorenzo fazia completo sentido para mim. Eu conseguia visualizar as peças do dominó se tocando, derrubando uma a outra, até me atingir. Um nerdola decidiu criar um site na internet que se tornou a empresa mais valiosa do mundo. Mulheres em Hollywood usaram esse site para denunciar que precisaram se prostituir para conseguir contratos multimilionários durante anos. Uma histeria começa nas faculdades americanas, mudando todas as regras de como homens e mulheres devem interagir. Todo esse processo caótico culmina no pior dia da minha vida, quando fui chamada de bêbada e rejeitada por um garotinho que beija mal para caralho.
Minha vontade era enfiar minha cara na terra e nunca mais sair dali, aquele deveria ser o dia mais humilhante de toda minha vida. Bob tentou voltar para o nosso beijo, mas sem falar nada eu virei de costas e saí dali. O momento havia sido decapitado na guilhotina das palavras dele.
CAPÍTULO 4
Eu voltei para casa dos meus pais com apenas um sentimento: frustração. Na minha cabeça, lembrava das conversas dos amigos do meu pai, criticando a minha geração, e graças ao maldito Bob, estava concordando com as ideias deles. Aqueles velhos chamavam as pessoas da minha idade de “geração molenga”, que a única forma de interação com o mundo era por meio de telas, e quado chegava a hora do “vamo vê”, nós eramos tão cheios de não me toque que todo mundo estava virando homossexual.
Eu sei quão absurdo é esse discurso. Basicamente, uma mistura de homofobia e machismo. Tudo que eles desejavam era que a sociedade voltasse para os gloriosos tempos onde as mulheres não tinham poder nenhum e os homossexuais eram tratados como párias.
Ainda assim, não podia negar que existia algo concreto no argumento deles. Na nossa ânsia por ser politicamente corretos, minha geração havia perdido a capacidade de ser espontânea e apaixonada. Era uma forma bem fria de viver a vida, sempre se policiando, buscando uma perfeição que atrapalhava as relações humanas. Não era à toa que eu tinha 20 anos e ainda era virgem. Eu tinha nascido na época errada.
Na casa dos meus pais, havia um grupo de homens que nasceram na época certa. Cansada de ser virgem, eu estava disposta a dar para qualquer um deles para finalmente acabar com minha sina. Diferente da noite anterior, eu cheguei em casa de mansinho, sem acordar ninguém. Sabendo que o “tio” Jorge estava dormindo sozinho no quartinho do quintal, ele foi o escolhido. Apesar de estar longe da família e dos filhos, naquela noite eu faria ele se sentir totalmente em casa.
Me sentia uma aventureira entrando em uma caverna protegida por um urso, já que bem antes de entrar no quarto, eu escutava o ronco escandaloso dele. E o “tio” Jorge, de fato, hibernava. Ele tinha um sono tão pesado, que se eu quisesse, poderia ter esfaqueado ele, e ele nem acordaria.
Mas, por mais raiva que eu sentisse, eu não queria violência, decidida a atacar de outra forma. Jorge dormia apenas de cueca, então não fiz nenhum esforço para conseguir o que queria. Tirei minha calcinha e minha blusa, e montei nele, apenas com a minha sainha. Enquanto aquele homem dormia, eu me esfregava nele, como se aquele velho gordo fosse o travesseiro que por diversas vezes havia me aliviado.
O amigo do meu pai não acordava de forma alguma. Era até melhor que fosse assim, poderia aproveitar a ocasião, sem sofrer nenhuma consequência no dia seguinte.
Com ele ainda apagado, eu abaixei a cueca dele, segurei firmemente no pau mole dele, e coloquei brincar com ele na entrada da minha bucetinha, como se fosse um consolo. Eu até esquecia quem era o ser desprezível que estava embaixo de mim.
De olhos fechados e sentindo minha região íntima cada vez mais molhada, eu esfregava a cabeça do pau dele no meu sexo, deixando-o entrar e sair do meu corpo, sempre sob o meu controle. E mesmo apagado, “tio” Jorge deveria estar gostando, já que, na minha mão, eu sentia o membro dele endurecendo.
“A putinha não aguentou passar a noite sem pau, né?”
Aquelas palavras me fizeram ficar sóbria imediatamente, como se tivesse sido acertada na barriga com tudo. Agora que Jorge estava acordado, eu percebia a loucura que estava fazendo.
“Corra. Você precisa sair daí”, minha cabeça repetia, mas meu corpo recusava o comando. Foi o meu corpo que tinha começado tudo aquilo e, ele estava disposto a ir até o final. Não aguentava mais ser o corpo de uma virgem.
Apesar se acontecer uma luta intensa dentro de mim, entre meu desejo e minha sanidade, do lado de fora, Jorge não enfrentou nenhuma resistência. Eu estava tão molhada, que em um único movimento, o pênis dele escorregou para dentro de mim.
Tirando o fato de eu me sentir ridícula por perder a virgindade com um velho tão nojento, a sensação de ser preenchida era maravilhosa. Nada que eu já tinha feito na vida se comparava com o calor que ia tomando conta do meu corpo. Com as duas mãos no peito dele, eu rebolava e cavalgava naquele velho chauvinista. Finalmente, eu havia me tornado uma mulher. “Foda-se”, pensei. Estava ali, com o pau dele inteiro dentro de mim, não faria nenhuma diferença continuar ou desistir.
“Sempre soube que você era uma vagabundinha de primeira. Quica no meu pau sua putinha.”
Jorge ria e se divertia ao me fazer pular o mais alto que ele conseguia. Eu tentava ignorar a existência dele, e focar só no meu prazer, mas era muito difícil. Estava perdendo minha virgindade aos 20 anos com aquele escroto, que me tratava pior do que uma garota de programa.
Eu tinha escolhido ir naquele quarto, e estava por cima naquela relação, mas Jorge tinha a capacidade de tirar o controle da minha apenas com suas palavras, me fazendo sentir como um criança.
Só queria terminar e sair correndo dali. Sentia que estava cada vez mais perto do meu objetivo. Tinha vergonha de perder a compostura na frente de um amigo do meu pai, ainda por cima um que me conhecia desde criancinha. Mas, involuntariamente, minha região íntima comprimia no pau dele, e eu tinha uma vontade incontrolável de gemer a cada estocada que levava. “Goza no pau do titio, piranha”, foram as últimas palavras que ouvi antes de começar ter o orgasmo mais intenso de toda a minha vida no pau daquele velho.
Eu desmoronei. Só tive forças para tombar meu corpo para o lado, já que eu não queria ficar abraçada com aquele nojento. Durante um tempo, fiquei ofegante e com dor de cabeça, não sei se pela bebida, pelo tensão ou se pela intensidade de tudo que eu tinha vivido. Mas, depois de alguns segundos, consegui retomar o controle do meu corpo, levantei, preparada para sair dali.
“Puta que pariu!” Jorge gritou tão alto que fiquei preocupada que ele pudesse acordar as outras pessoas da casa. “A puta acha que vai gozar e sair fora!”, disse antes de começar a quase cair no chão de rir.
A sensação que tive depois de gozar foi que toda loucura que tinha havia saído de dentro de mim. Não acreditava no que havia feito, e só queria sair o mais rápido possível dali. Apesar de ter ficado excitada com ele me dominando e me xingando antes, agora ouvir Jorge me chamar de puta, só fazia meu sangue ferver de raiva. Segui o meu caminho, porém fui impedida de sair do quarto por um velho gordo e pelado.
“Você não vai a lugar nenhum. Agora é a hora dos adultos se divertirem.”
Jorge me empurrou de volta para a cama, e eu caí com a cara no colchão, ficando de costas para ele. Segurando meu quadril, ele começou a meter em mim como se tivesse sido possuído. Cada investida dele era mais brutal que a anterior, e eu tinha certeza de que logo todas as pessoas da casa iriam acordar, de tão alto que ele gritava enquanto metia em mim. O som da cama batendo contra a parede e os gemidos animalescos daquele velho preenchiam o ambiente, tornando a cena surreal.
“Por favor, não goza dentro de mim,” implorei, com minha voz trêmula, quase inaudível em meio ao caos.
Mas Jorge não se importava com os meus pedidos. Enquanto eu lutava para me libertar, ele jorrava toda porra dele dentro de mim, ignorando por completo o meu desespero. E mesmo após terminar, ele ainda me segurou naquela posição, enquanto eu sentia o líquido dele escorrendo pela minha perna.
Eu fui para meu quarto, destruída e humilhada. Eu tentei, mas não conseguia dormir, pensando no que tinha acontecido e como eu tinha sido usada. Sentia uma raiva profunda e uma vontade de me vingar daquele homem grotesco que, agora, dormia calmamente na casa dos meus pais.
Só que quando mais eu pensava na cena, e revivia tudo que acontecia, mais eu sentia calcinha umedecer. Eu só consegui relaxar e dormir, depois de me masturbar. Estava claro para mim, aquele não seria o último encontro entre mim e Jorge.
CAPÍTULO 5
Domingo era último dia que eu ficaria na casa dos meus pais. E minha vontade era cavar uma cova rasa no quintal e me enterrar lá, para me proteger da luz que punia minha ressaca. Outra vantagem era que se eu me enterrasse, teria certeza que nunca mais veria o Jorge, e nem precisaria pensar no que nós dois fizemos.
A parte boa das pessoas velhas é que elas amam uma rotina, então, pelo terceiro dia consecutivo, eles ficaria jogando baralho, bebendo e fazendo churrasco na área externa. Enquanto, eu não saísse de casa, seria quase como se eu estivesse morta para eles.
Eu saí do meu quarto uma vez para pegar água, porque se não o fizesse, eu morreria de sede. E na cozinha minha mãe me emboscou, perguntando se eu poderia ajudá-la com a louça dos homens. Normalmente aquele pedido me faria enlouquecer com ela, dizendo que eles podiam lavar a própria louça, já que ninguém ali era criança. Mas, minha mãe lançou um olhar tão cansado que senti pena dela. “Lara, não tem porque você fazer tempestade em copo d’água, é só lavar uns pratos e assim você ajuda sua mãe”, uma voz intrusiva na minha cabeça argumentou comigo.
“Olha só, que empregadinha apetitosa que temos aqui.”
Cada palavra daquela frase fazia despertar um monstro dentro de mim, pronto para arremessar um prato na cabeça de Jorge. Mas, o tom grosso da voz dele, fizeram todos os pelos do meu corpo se arrepiarem imediatamente. E eu não tive tempo suficiente para decidir qual dos dois instintos seguiria, de arremessar o prato ou me entregar, porque antes deu decidir, ele se aproximou e me abraçou por trás, como se fossemos um casal dos anos 50.
O toque dele era quase carinhoso no começo, como se de fato existisse respeito e admiração na nossa relação. Mas, logo se transformou no Jorge que eu conhecia. Ele abaixou meus shorts, passou as mãos por baixo da minha blusa, e ficou ali apertando meus seios e roçando seu pau na minha bunda, sem se importar que a gente poderia ser flagrado pela minha mãe assistia TV na sala, a pouquíssimos passos dali.
“Caralho, que putinha. Você é muito putinha mesmo. Uma puta rabuda e peituda. Sente como esse caralho tá duro para te comer, sua puta”, Jorge sussurrava no meu ouvido, enquanto continuava se esfregando em mim. Não eram exatamente versos dignos de ganhar um Jabuti, mas mostrava exatamente o que eu era para ele.
Depois de alguns minutos desse abuso, Jorge se deu satisfeito, deu um tapa ardido no meu bumbum, como recompensa por não resistir as investidas dele. Quando ele se desvincilhou de mim, a única coisa que consegui fazer foi olhar para trás com um olhar pidão. Minha calcinha estava encharcada, não queria que aquele “carinho” parasse. Ele apenas se afastou e riu, meu desespero era música para ele.
Eu não sabia o que fazer. Depois desse encontro, eu fui para meu quarto tentar me aliviar. Eu bati três siriricas, mas ainda assim, eu ficava revivendo o momento que havia sido abusada na pia de novo e de novo, e a vontade não diminuia.
Quando chegou a noite, como uma mariposa, eu era atraída para luz da lâmpada. Sabia que querendo ou não, teria que visitar o quarto de Jorge mais uma vez aquela noite.
Quando alcancei a porta do quarto, ela estava entreaberta. Meu coração acelerou e, com a respiração entrecortada, empurrei a porta devagar. Lá estava ele, sentado na cama, mas não estava sozinho. Ao lado dele, estava o Walter.
Meu impulso foi recuar, mas antes que pudesse dar um passo para trás, Jorge levantou os olhos e me viu. Um sorriso perverso se espalhou pelo rosto dele. "Olha só quem veio nos visitar," disse ele, levantando-se e caminhando em minha direção. "Não te falei Walter que a filha do Silva é uma cadela?"
Eu não sabia onde esconder minha cara. Sem nenhum consentimento meu, ele estava me expondo para os amigos dele, e se continuasse assim, não demoraria muito para o meu próprio pai saber de toda essa história. Eu fiquei paralisada, sem saber se dava um passo para entrar definitivamente no quarto, ou se corria para longe.
Segurando minha mão, Jorge tomou essa decisão por mim, me puxando para perto de si. Nós começamos a nos beijar, enquanto ele levantava a minha saia, expondo minha bunda para o seu parça. Por trás de mim, Walter começou a me encoxar, e, estava tão distraída com o beijo que fui pega totalmente de surpresa quando ele colocou uma coleira de cachorro em mim.
Jorge interrompeu o beijo, segurando meu rosto entre as mãos, seus olhos penetrantes fixos nos meus. "Você gosta disso, não é?" ele sussurrou, sua voz carregada de malícia. Antes que eu pudesse responder, ele se afastou, puxando a guia que agora me mantinha presa. "Mostre para o Walter como você é obediente."
Eu não conseguia acreditar, mas ser tratada daquela forma estava realmente me excitando. Os dois sentaram na cama, e tiraram os paus para fora. Eu fiquei engatinhando de um para o outro, lambendo seus membros, como uma cadela obediente.
“Meu Deus, se eu não filmar isso, os caras nunca vão acreditar.”, Walter disse enquanto usava o celular para filmar minha cara. Tudo dentro de mim dizia que permitir que ele fizesse aquilo era uma péssima ideia, mas meu corpo continuava a engatinhar e chupá-los.
Rindo do comentário do amigo, Jorge se posicionou atrás de mim e começou a meter, enquanto Walter foi para minha frente. Ele tentava fazer que eu continuasse o chupando, porém, Jorge estava metendo com tanta força atrás que era quase impossível conseguir fazer um boquete decente em Walter.
Mesmo com um oral patético, sem aviso nenhum, Walter tirou o pau da minha boca e começou a se masturbar. Eu sabia o que estava por vir, e meu corpo se preparou para a próxima humilhação. Com um gemido baixo, Walter gozou, e senti o jato quente atingir meu rosto e cabelo. A sensação do sêmen escorrendo pela minha pele era um tanto repulsiva.
Mesmo depois disso, Jorge continuava a meter com força. Ele estava perto do clímax, e a intensidade de suas investidas aumentou. Meu corpo reagia automaticamente, se entregando ao prazer e à submissão. Walter, observava com um sorriso satisfeito no rosto, sem parar de me filmar.
"Boa garota," Jorge murmurou entre gemidos, seus dedos apertando minha cintura. Em poucos segundos, ele também atingiu o ápice, gozando dentro de mim. A sensação de seu calor interno me deixou ainda mais excitada, e eu soube que essa experiência havia mudado algo em mim para sempre.
Deitada no chão, exausta e coberta de sêmen, eu tentei recuperar a compostura. Walter guardou o celular, rindo, e Jorge se levantou, puxando suas calças. "Você foi uma boa cadela hoje," ele disse, acariciando meu rosto sujo. "Mas isso é só o começo."
CAPÍTULO 6
Naquela segunda-feira, enquanto o sol já começava a descer, eu estava nervosa. Pela primeira vez, Jorge havia me mandado um endereço para nos encontrarmos fora da casa dos meus pais. "Hoje é dia de ir mais longe, querida," ele escreveu. O endereço era de um hotel na periferia, o tipo de lugar que se paga por hora e onde casais entram e saem como sombras furtivas, tentando evitar a vergonha.
Uma parte de mim sabia que isso era loucura, mas a outra parte que havia sido dominada na cozinha, no quarto e na cama, estava pronta para qualquer coisa. Havia algo de excitante no proibido, no risco, no medo que arrepiava minha espinha. Eu não sabia mais distinguir se era o meu corpo traindo minha mente ou se, no fundo, eu realmente desejava aquilo. Eu estava determinada a ver até onde essa sensação me levaria.
Enquanto me maquiava, eu olhava no espelho, mas algo não parecia estar certo. A pessoa a minha frente era irreconhecível, como se não fosse o meu próprio reflexo. Aquela experiência com Jorge tinha me marcado tanto que algo dentro de mim havia mudado para sempre.
Para o encontro, escolhi um look que nunca teria usado na minha vida. Um vestido preto justo de alças finas, que moldava cada curva do meu corpo e terminava alguns centímetros acima dos joelhos. Por baixo, usei uma lingerie rendada vermelha, e completei com uma meia-calça fina e sandálias de salto alto de tiras delicadas, que me davam um ar de mais velha, tentando fingir que não era uma meninha assustada tendo suas primeiras relações sexuais. Para completar, finalizei meu look com um batom vermelho-escuro.
Ao chegar ao endereço, estacionei meu carro e observei o ambiente ao redor. O hotel tinha uma fachada discreta, pintada de um tom de rosa desbotado, com um letreiro luminoso que piscava "Vagas" em letras grandes e reluzentes. Respirei fundo, tentando reunir coragem. O recepcionista mal ergueu os olhos enquanto me entregava a chave, o que só aumentava a sensação de clandestinidade do encontro.
Segui pelo corredor estreito, meus passos ecoando no chão de cerâmica. O quarto 203 era o nosso ponto de encontro. Parei diante da porta, hesitei por um instante, mas depois bati. A porta se abriu, e meu estômago revirou ao ver o rosto que me esperava do outro lado. Não era o Jorge.
Era o meu pai.
Fiquei congelada, sem conseguir processar a cena. O rosto dele parecia uma mistura de raiva, desgosto e incredulidade. Ele me encarava como se estivesse diante de um fantasma. "Entra," ele disse cheio de uma raiva silenciosa.
Tentei recuar, mas sua mão segurou meu braço com força, me puxando para o quarto. Eu não acreditei no que acontecia, meu corpo desligou. As paredes do quarto giravam ao meu redor enquanto eu tentava encontrar uma explicação para tudo aquilo. Minha mente buscava desesperadamente um escape, mas não havia.
"Que porra é essa, Lara?" ele gritou, fechando a porta atrás de mim. A raiva estampada em sua voz era diferente de tudo o que eu já tinha ouvido. Ele me olhou de cima a baixo, como se estivesse tentando reconhecer a própria filha.
"Pai, eu... eu posso explicar," gaguejei, a voz falhando, e senti as lágrimas se formando no canto dos olhos.
"Explicar?" ele vociferou, a mão ainda apertando meu braço. "Você sabe onde está? Sabe com quem ia se encontrar aqui?" Seus olhos faiscavam, e eu percebi que ele sabia exatamente com quem eu ia me encontrar. Jorge havia me atraído ali de propósito.
"Você... você não entende, pai." Eu tentava encontrar as palavras, mas tudo parecia irreal. Eu estava ali, naquele quarto sujo, diante do meu próprio pai, tentando justificar o injustificável.
Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, a porta se abriu novamente, e Jorge entrou, com um sorriso cínico no rosto. "Opa, parece que cheguei na hora certa," ele disse, sem qualquer sinal de remorso. Ele olhou para o meu pai, e sua expressão mudou, se tornando ainda mais provocadora. "Eu falei pra você, Zé, a sua filha é uma vadia."
Aquelas palavras ecoaram no quarto, cada sílaba cortando meu peito como uma faca afiada. Meu pai avançou contra Jorge, agarrando-o pelo colarinho da camisa. Por um segundo, achei que ele fosse matá-lo ali mesmo. "Você é um desgraçado," ele rosnou, o rosto contorcido de ira. "Você manipulou a minha filha, abusou dela. Como teve coragem?"
Jorge não parecia intimidado. Na verdade, ele ria. Ria como se aquela situação fosse uma grande piada. "Zé, não precisa ser tão dramático. Ela veio porque quis. Você acha que eu forcei alguma coisa?" Ele olhou para mim, e havia algo de sombrio e dominador nos seus olhos. "Ela gosta disso. Você não sabe nada sobre a sua filha."
Meu pai parecia paralisado por um momento, o olhar perdido entre mim e Jorge, como se estivesse tentando juntar as peças de um quebra-cabeça impossível. Ele deu um passo para trás, os olhos agora cheios de uma tristeza profunda. "É isso, Lara? Você quer isso? Esse tipo de vida? Ser tratada como... como um objeto por esse verme?"
Eu não conseguia falar. As palavras morreram na minha garganta, sufocadas pela vergonha, pela dor e pela confusão. Lágrimas escorriam pelo meu rosto, e tudo o que eu conseguia fazer era olhar para o chão, incapaz de encarar meu pai, incapaz de encarar Jorge, e, principalmente, incapaz de encarar a mim mesma.
Meu pai deu um último olhar para Jorge, soltando-o como se ele fosse algo imundo. Depois se virou e saiu pela porta, deixando-a escancarada. O silêncio que ficou para trás era ensurdecedor, um vazio que parecia engolir tudo ao meu redor.
Jorge se aproximou, os dedos tocando meu queixo, forçando-me a levantar o rosto. "Agora somos só nós dois, querida. Pronta para continuar de onde paramos?" ele sussurrou, a voz carregada de um sarcasmo cruel, antes de bater a porta criando uma barreira entre nós e o mundo real lá fora.
CAPÍTULO 7
Ele se afastou um pouco, pegando algo na sua mochila. Quando se virou novamente, eu vi a coleira de couro em sua mão. Meu coração disparou. Eu sabia o que aquilo significava, o que ele esperava de mim.
Jorge se aproximou, colocando a coleira em volta do meu pescoço, apertando-a o suficiente para eu sentir o peso do seu controle. "Você gosta disso, não é?" ele disse, os lábios muito próximos dos meus. "Você quer ser minha, quer que eu te mostre até onde você pode ir."
Eu olhei para ele, os olhos marejados de lágrimas, mas eu não neguei. Parecia que estava drogada com um soro da verdade, totalmente incapaz de mentir. Algo dentro de mim queria aquilo. E foi nesse momento que eu soube que havia cruzado uma linha da qual não havia mais volta.
Jorge segurou a guia da coleira e a puxou para baixo. "Agora, Lara," ele disse, seu tom de voz suave, quase gentil, contrastando com o controle que ele tinha sobre mim, "vou te mostrar quem você realmente é."
Eu me ajoelhei, como ele queria. Cada parte do meu ser estava tensa, esperando, temendo, desejando. Eu não sabia mais quem eu era. Mas, por algum motivo, estar ali, daquele jeito, me fazia sentir como se talvez, apenas talvez, eu estivesse finalmente encontrando uma resposta.
Ali, sentindo o chão frio, mantive meu olhar baixo, minha cabeça inclinada em submissão. Jorge me observava de cima, com o controle absoluto da situação, seus olhos brilhando com uma satisfação perversa.
"Olha pra mim," ele ordenou, e puxou a coleira, fazendo meu queixo se erguer até nossos olhos se encontrarem. O sorriso no rosto dele me irritava profundamente, um reflexo de sua certeza de que eu estava completamente nas mãos dele.
Minha mente gritava para lutar contra aquilo, para levantar e sair daquele quarto, mas meu corpo respondia de outra forma. Ele estava ali, esperando pelo próximo comando, como se eu não tivesse mais vontade própria.
"Você é linda quando está assim, Lara," Jorge continuou, sua voz suave, quase sussurrada. "Você acha que é uma rebelde, uma lutadora. Mas no fundo, você só quer ser dominada. Você quer que alguém mostre o seu lugar."
Eu queria gritar que ele estava errado. Queria provar que ainda tinha poder sobre mim mesma, que aquela versão submissa não era a verdade sobre quem eu era. Mas minhas mãos estavam firmes ao lado do corpo, meus olhos presos nos dele, e nenhuma palavra escapou dos meus lábios.
Jorge se abaixou, ainda segurando a coleira, e passou os dedos pelo meu rosto, descendo até a minha boca. Ele acariciou meus lábios com o polegar, e eu sentia a respiração ficando irregular. "Abra," ele ordenou, e eu, mais uma vez, obedeci. Ele colocou o polegar dentro da minha boca, e eu o suguei, devagar, sentindo o gosto da sua pele. Seus olhos estavam fixos nos meus, avaliando cada reação, cada expressão.
"Boa menina," ele murmurou com um brilho de prazer. Ele retirou o dedo da minha boca, e me puxou para junto dele. "Agora, de quatro," ele disse, sem qualquer hesitação. Meu coração disparou, e senti minhas pernas estremecerem, mas obedeci, me posicionando com as mãos apoiadas no colchão enquanto eu olhava para o chão.
Eu podia ouvir Jorge tirando o cinto, o som do couro sendo puxado pelas presilhas ressoava como um eco ensurdecedor. Eu sabia o que estava por vir, e uma parte de mim, aquela parte que eu mal reconhecia, estava ansiosa. Senti o primeiro toque do cinto nas minhas costas, um toque leve, quase carinhoso, antes do primeiro golpe.
A dor veio rápida, aguda, e eu gemi, minhas mãos apertando o lençol da cama. Jorge riu, e o som daquela risada fez meu sangue ferver. Era como se ele soubesse que eu estava gostando daquilo, que eu não poderia mais fingir ser algo que não era.
"Eu sabia," ele disse, com uma voz carregada de triunfo. "Você é minha, Lara. Está amando ser a puta de um velho."
Os golpes continuaram, cada um mais forte que o outro, e eu não conseguia conter os gemidos, o corpo se contorcendo com a dor e o prazer misturados de uma forma que eu não conseguia mais distinguir. A humilhação de estar ali, exposta, vulnerável, de ser tratada como uma coisa, me mantinha presa àquele momento.
Eu estava perdida, sem saber quem eu era, sem saber o que eu queria. Eu odiava Jorge, odiava o que ele representava, odiava como ele me reduzia a algo pequeno e insignificante. Mas, ao mesmo tempo, eu queria aquilo. Precisava daquilo. Precisava ser dominada, precisava sentir que, por um momento, eu não era responsável por nada.
Jorge largou o cinto, e eu senti suas mãos frias sobre minha pele quente, acariciando as marcas que ele havia deixado. "Agora, vamos ver o quanto você realmente quer isso," ele sussurrou, antes de puxar minha cabeça para trás pela coleira, me forçando a olhar para ele.
Eu estava em lágrimas, mas não conseguia parar de gemer. Ele olhava dentro dos meus olhos, desafiando-me, esperando que eu recusasse, que eu o mandasse embora. Mas eu não conseguia.
E, naquele momento, percebi que, talvez, a resposta que eu estava buscando era que eu não era tão forte quanto pensava. Talvez, minha força sempre tivesse sido uma fachada, uma máscara para esconder minha verdadeira natureza: a de alguém que precisava ser quebrada para se encontrar.
CAPÍTULO 8
Ele mal tirou o pau para fora, e como a boa cadela que ele esperava que eu fosse, eu o engoli sem hesitar. Não sei se era o trauma de ter visto meu pai naquele quarto, se era o efeito da coleira apertada ao redor do meu pescoço, ou se eu havia finalmente perdido qualquer resquício de sanidade, mas meu corpo agia por puro instinto. Eu sabia exatamente o que era esperado de mim, e, de alguma forma, isso me trazia um tipo distorcido de alívio.
No entanto, Jorge sempre encontrava uma forma de me surpreender, de me empurrar ainda mais para o abismo. Ele segurou a guia da coleira com firmeza, puxando-a com força, e enfiou o pênis em minha boca até o fundo. Sem me dar espaço para respirar, ele começou a recuar, forçando-me a segui-lo de joelhos pelo quarto.
Ele caminhou ao redor da cama, observando-me enquanto me arrastava, testando minha submissão, como um dono treinando seu pet. Meus joelhos doíam, arranhados pelo chão áspero, e era difícil de manter o equilíbrio com a pressão constante da coleira puxando meu pescoço. Mas, aos poucos, meu corpo se adaptou, e eu encontrei um ritmo, um estranho tipo de resistência a aquela humilhação.
Quando Jorge sentiu que eu já havia me acostumado àquela nova posição, ele decidiu ir mais além. Com uma risada baixa, ele começou a caminhar em direção à porta do quarto, ainda segurando a guia. "Vamos dar um passeio. Vamos ver se o seu pai já foi embora."
Meu coração disparou. A ideia de ser vista naquele estado era aterrorizante. Quando ele abriu a porta, tentei desesperadamente resistir, minhas mãos se agarrando ao batente para impedir nosso progresso. Mas Jorge apenas riu, um som frio e sem compaixão. Com um puxão forte na coleira, ele me fez perder o equilíbrio, e eu caí para frente, não mais protegida pelas paredes do quarto.
Eu não tinha escolha, não tinha o direito de resistir. Cada fibra do meu ser queria fugir, desaparecer, mas ali estava eu, sendo arrastada pelo chão frio do corredor, completamente vulnerável, enquanto Jorge continuava nossa marcha, determinado a me levar ainda mais fundo na humilhação.
Enquanto Jorge me arrastava pelo corredor, cada passo reverberando no silêncio sufocante do hotel, eu sentia uma mistura de medo, vergonha e um tipo de aceitação resignada que me deixava anestesiada.
Mas, ao dobrarmos a esquina do corredor, o que vi fez meu coração parar. Meu pai estava ali, sentado no chão, com as costas contra a parede, os olhos marejados e as mãos cobrindo o rosto. O homem que eu sempre conheci como alguém forte, orgulhoso, agora estava despedaçado, chorando como uma criança. A imagem dele naquela posição era como uma punhalada.
Ele ergueu o olhar quando ouviu nossos passos, seus olhos inchados encontraram os meus por um breve momento. O choque e a tristeza se misturaram à confusão e, por um instante, ele pareceu congelado, sem saber como reagir ao que estava vendo.
"Pai..." minha voz saiu como um sussurro rouco, mal audível, carregada de um desespero que eu não conseguia esconder. Mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Jorge puxou a guia com um estalo, me forçando a continuar em frente.
"Não temos tempo para sentimentalismos, Lara," Jorge disse. E começou a gargalhar olhando diretamente nos olhos do meu pai. Eles sempre foram grandes amigos, eu não conseguia imaginar qual doença afetava esse velho para ele ter um prazer tão imenso numa situação dessa.
Eu não conseguia desviar o olhar do meu pai, que parecia lutar contra a dor que o consumia. O rosto dele estava marcado pela incredulidade e pelo desgosto, e, naquele momento. Eu tinha causado uma ferida nele que talvez nunca cicatrizasse, e o peso desse fardo caía sobre mim como uma âncora.
Vendo a cena comovente entre pai e filha, Jorge segurou atrás da minha cabeça, e fodeu a minha boca ali mesmo. Meu pai balançou a cabeça lentamente, e seus olhos, tão cheios de decepção, fizeram uma lágrima escapar dos meus. Ele tentou dizer algo, mas as palavras morreram em sua garganta. Finalmente, ele apenas se levantou, sem tirar os olhos de mim, e virou-se, caminhando lentamente pelo corredor em direção à saída, sabendo que aquela ali seria nosso adeus.
Eu queria correr atrás dele, implorar por perdão, explicar tudo o que estava acontecendo dentro de mim. Mas Jorge me segurava firmemente, mantendo-me ajoelhada, presa à coleira, enquanto eu observava meu pai se afastar, levando consigo a última fagulha de esperança que eu ainda tinha.
No fundo do meu ser, uma parte de mim gritava em agonia Eu estava ali, no chão, de joelhos, diante do homem que tinha me quebrado e do pai que eu havia destruído. A dor, a vergonha e a submissão se misturavam em um turbilhão de emoções que eu mal conseguia processar. Eu estava perdida, presa em um labirinto de escolhas erradas, sem saber se havia alguma saída possível.
Jorge olhou para mim com um sorriso de triunfo. "Viu só, sua cachorra? Agora ele sabe exatamente o que você é." Ele me puxou de volta para o quarto, fechando novamente a porta atrás de nós.
CAPÍTULO 9
Depois de toda a humilhação que ele me fez passar, Jorge estava pronto para o prato principal. Claro que, como sempre, ele tinha seus preparativos antes de começar. Ele posicionou duas câmeras em tripés em ângulos opostos da cama, garantindo que cada detalhe fosse capturado, enquanto uma "GoPro" presa no espelho do teto registraria tudo de cima, criando uma visão completa da cena.
Eu observava tudo aquilo, os olhos fixos nos movimentos meticulosos dele, sentindo uma mistura de horror e uma ansiedade crescente. O ar parecia ficar mais pesado a cada segundo, enquanto meu coração martelava no peito. Meus instintos gritavam para fugir, escapar daquele quarto sufocante e das lentes que agora nos cercavam, mas minhas pernas pareciam coladas ao chão, incapazes de reagir. Ainda que quisesse me libertar, algo dentro de mim sabia que era tarde demais. Eu havia chegado longe demais para voltar atrás.
Quando Jorge terminou de posicionar as câmeras, ele se virou para mim, aquele sorriso arrogante estampado no rosto, um reflexo da confiança de quem sabia que estava no controle absoluto. Ele caminhou até mim, sua mão se estendendo para tocar meu queixo, erguendo meu rosto até nossos olhares se cruzarem. "Essa noite vai ser inesquecível, vadia," ele sussurrou, sua voz baixa e carregada de malícia.
Eu sentia minha garganta se fechar enquanto ele me conduzia até a cama. Jorge me posicionou de costas, deitada no colchão, enquanto amarrava a guia da coleira na cabeceira da cama, deixando-a esticada o suficiente para me prender, mas não tanto para me sufocar.
"Agora, sorria para as câmeras, Lara," ele disse, da sua forma cínica. Eu não consegui reagir, meu olhar passou rapidamente para as lentes que apontavam para mim, cada uma pronta para registrar cada movimento, cada gesto, cada expressão.
Jorge subiu na cama, seu peso afundando o colchão ao meu lado. Ele colocou as mãos nas minhas coxas, afastando-as lentamente, enquanto seus olhos devoravam cada detalhe do meu corpo exposto.
Com um movimento firme, Jorge se posicionou sobre mim, seu rosto próximo ao meu, enquanto ele me encarava, aquele sorriso perverso nunca deixando seu rosto. "Você sabe que eu sempre tive um plano para você, não é?" ele murmurou, e então, sem esperar resposta, ele me beijou. Foi um beijo bruto, sem carinho, um gesto de posse, e eu me senti pequena, insignificante.
Ele se afastou, e antes que eu pudesse sequer pensar, Jorge olhou diretamente para uma das câmeras e disse, como se estivesse se dirigindo a um público invisível: "Esta é Lara, a filha rebelde que precisava ser colocada no lugar."
Meu rosto queimava de vergonha. Não apenas por estar ali, sendo filmada, mas pela exposição cruel de quem eu era, ou quem ele dizia que eu era. Ele havia me reduzido a uma narrativa que ele queria contar, e eu, deitada naquela cama, sentia que não havia mais nada que eu pudesse fazer para recuperar o controle.
De pé aos pés da cama, ele ajeitou minhas pernas sobre seu ombro. Depois de tudo que ele havia feito naquela noite, finalmente chegará a hora dele me penetrar. Jorge se esbaladava com meu corpo, e ao invés de sentir prazer, eu sentia uma dormência, talvez uma tentativa da minha alma se desconectar do que acontecia ali.
Se eu não tivesse visto meu salto balançando pelo espelho do teto a cada estocada que Jorge dava em mim, eu teria até dúvida que estávamos transando. O espelho no teto não permitia que eu mentisse para mim mesmo, aquilo era real e estava acontecendo. Foi olhando para cima, que percebi o momento exato que Jorge teve a ideia de como tirar mais um pouco de mim.
“Lambuza meu dedo, vaca”, ele disse olhando para as câmeras, antes de enfiar o dedo do meio na minha goela e rodar loucamente. Sem nunca parar de meter, ele aos poucos foi introduzindo o dedo dele no buraco que faltava ele possuir do meu corpo.
“Ele escolheu o dedo do meio porque ele odeia todas as mulheres do mundo”, pensei. Aquilo claramente era um resquício da Lara, historiadora e feminista, uma versão minha que morria pouco a pouco, enquanto Jorge me comia com força e preparava meu bumbum para a folia dele.
A sensação do dedo no meu ânus só reforçava a completa submissão a que eu me sujeitava. Mas aquela brincadeira não seria suficiente para ele. Jorge retirou o dedo, me colocou de quatro na beirada da cama e, sem qualquer hesitação, começou a me penetrar no último lugar do meu corpo que ele ainda não havia usado.
O desconforto inicial se misturava com uma estranha excitação, e a dormência que antes me dominava começou a ser substituída por sensações intensas. Meus olhos se fecharam enquanto ele me invadia, me fazendo sentir que não havia um único centímetro meu que não pertencesse a ele naquele momento. O espelho no teto refletia tudo – o rosto satisfeito de Jorge, meu corpo curvado, e o contraste de nossos movimentos.
Eu ouvi sua voz me chamando de vários nomes, cada um mais degradante que o outro. "Cadela", "Vadia", "Propriedade". Ele cuspia as palavras, mas eu não conseguia ignorar o arrepio que percorria meu corpo. Era como se ele estivesse arrancando de mim tudo o que eu já fui, destruindo qualquer vestígio de orgulho ou resistência, e me deixando apenas com um desejo visceral de me entregar completamente.
“É isso que você quer, não é?” ele disse, sem esperar uma resposta, apenas continuando a estocar, cada vez mais forte. "Você gosta de ser minha propriedade, de ser tratada como lixo, não é, Lara?"
Eu não respondi com palavras, mas meu corpo reagia a cada movimento dele, meus gemidos cada vez mais altos. Não sei se era pelo prazer, pela dor, pela humilhação ou por tudo junto, mas eu estava completamente tomada.
Jorge se inclinou sobre mim, pressionando meu corpo contra o colchão, e começou a sussurrar em meu ouvido. "Seu pai te abandonou, sabe por quê? Porque você não vale nada. Você não é nada além de uma puta que gosta de ser usada." Suas palavras me feriam, mas de alguma maneira, eu estava tão absorvida naquele momento que não conseguia processar o que ele dizia, só concentrada no prazer infinito que eu sentia cada vez que o corpo dele se aproximava do meu.
Eu senti a respiração de Jorge ficar mais pesada, e percebi que ele estava prestes a gozar. Com um movimento brusco, ele saiu de dentro de mim, me fazendo gritar já que meu corpo não queria que ele parasse. Mas, antes que eu pudesse entender, ele se posicionou em cima de mim, e eu sabia o que viria a seguir.
Eu fechei os olhos enquanto ele gozava no meu rosto, a sensação quente e pegajosa me fazendo sentir ainda mais submissa e vulnerável. Eu pensava nas câmeras caputrando tudo, cada detalhe. Eu não era mais Lara, a estudante de história com sonhos de mudar o mundo. Eu era apenas uma boneca nas mãos dele, e ele tinha conseguido me transformar exatamente no que queria.
Depois de alguns segundos, Jorge se afastou, deixando-me ali, deitada, coberta de seu sêmen, com a respiração ofegante e o corpo exausto. "Boa garota," ele disse, com aquele sorriso que tanto odiava. "Agora, sorria para a câmera."
Eu abri os olhos lentamente, encarando a lente que me observava, como se estivesse julgando cada parte de mim. O sorriso que dei foi fraco, triste, quase um pedido de socorro, mas, havia algo de resignado nele. Eu era dele, e não sabia se algum dia conseguiria ser de outra pessoa – ou mesmo de mim mesma – novamente.